O Rolê
Este filme apresenta uma visão que vai além das dimensões visíveis da cidade, imergindo nas nuances de uma noite na vida cotidiana do empresário e grafiteiro Vick, que concilia suas responsabilidades corporativas com a prática de pintar muros nas madrugadas da região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Brasil. Durante a pandemia da COVID-19, um ressurgimento ocorreu entre a geração de artistas de rua da década de 1990, conhecida como G90, que encontraram na arte urbana uma válvula de escape da crise socioeconômica e das pressões do isolamento social. Vick se destaca como um desses atores sociais, retomando suas incursões noturnas desde o início da pandemia. Com uma abordagem cinematográfica inspirada no cinema etnográfico de Jean Rouch, a “câmera na mão” oferece uma imersão na perspectiva de Vick, enquanto ele nos conduz pelos corredores urbanos em busca de meios para expressar sua arte e deixar sua marca pelas ruas da cidade. Também são utilizadas técnicas de etnografia de rua (Rocha; Eckert, 2013), que por meio da presença da câmera fotográfica/videográfica conduz a pesquisa antropológica em suas incursões no campo de estudo; e, conceitos de documentário de Bill Nichols (2007), com três dos seis subgêneros de documentários defendido pelo autor, sendo presentes no filme características de documentário poético, documentário participativo e documentário performativo.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2007.
ROCHA, Ana Luiza Carvalho da; ECKERT, Cornelia (orgs.). Etnografia de rua:
estudos de antropologia urbana. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2013.
https://www.youtube.com/watch?v=L8T7_rNe0rA
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