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Turismo, cultura e comida como estratégia de afirmação identitária e desenvolvimento local em áreas protegidas

O processo de implantação de áreas protegidas no Brasil tem, há décadas, provocado processos de desterritorialização de comunidades locais, a partir do questionamento do direito de permanência e uso nestes espaços, que são agora, cada vez mais, abrangidos pelo turismo. Isto suscitou a necessidade de afirmação, por parte dos moradores, da identidade como "comunidade tradicional", visando reivindicar, com base na legislação vigente, a possibilidade de permanência no território nativo. Este movimento tem implicado, por sua vez, a reconstrução de memórias e a patrimonialização cultural. A alimentação, pela sua representatividade cultural e possibilidade como referencial identitário, tem ocupado a centralidade destes processos. No turismo contemporâneo, tem se tornado fundamental na construção e desenvolvimento dos destinos, afirmando-se não apenas como serviço indispensável, mas, principalmente, como atrativo turístico, e como forma de comunicação intercultural. A presente comunicação coloca em foco, resultados de três pesquisas de campo etnográficas, a partir de inserção de longa duração nas áreas de pesquisa, observação direta e entrevistas em profundidade com atores sociais envolvidos com o turismo em parques no estado do Rio de Janeiro, Brasil. O propósito destas pesquisas foi investigar processos, dinâmicas e representações relacionados à comida, que se dão nas construções identitárias e patrimoniais de comunidades tidas como tradicionais.