A pesquisa tem como fim, explorar e destacar a contribuição do negro na formação da cultura e da sociedade brasileira. O Brasil é um país marcado pela diversidade cultural, fruto de uma complexa mistura de povos e tradições. E desses povos, a contribuição dos africanos e seus antepassados é tido como fundamental na formação da identidade cultural e social brasileira. Nesta senda, com a chegada dos africanos ao solo brasileiro por intermédio do tráfico de escravos, resultou em uma rica herança que permeia aspectos diversos do dia-a-dia, desde a língua até as artes, a religião e a gastronomia. Alguns intelectuais africanos como Kabengele Munanga e Brasileira com ascendência africana como Lélia González, refletem a importância do negro no território brasileiro e como essa diversidade cultural foi importante para construir a identidade nacional brasileira. O fluxo frequente do comércio atlântico e entre províncias de cativos que traziam novos escravizados do continente africano foi um, dentre vários momentos, que contribuíram para o cativo já “adaptado” à realidade local lembrar de sua identidade étnica. No caso da Província do Ceará, não havia um comércio direto com o continente africano e sim com as províncias vizinhas (Pernambuco, Maranhão e Bahia). Sabe-se que o processo de tentativa da quebra da identidade africana começava lá no continente. Na praia ou dentro do barco, havia um padre que batizava o africano e, posteriormente, um nome cristão lhe era dado. O inferno para os escravizados começava a partir daquele momento, quando atravessavam o Atlântico rumo ao “novo mundo.”

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