Trata-se de comunicação oral cujo o objetivo é o de abordar as características de encarceramento de indígenas das etnias Guarani e Kaiowá, localizados no Município de Dourados, no Estado de Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste do Brasil. A proposta é a de averiguar os impactos do aprisionamento de indígenas sobre os acautelados e as respecitvas comunidades, refletindo-se sobre o alcance dos fins de reintegração social, supostamente buscados pela lei de execução penal. Apresenta dados oficiais sobre o encarceramento e a posição de órgãos indígenas e indigenistas sobre a temática, de modo a contrapor a finalidade prevista pela lei àquela de fato realizada pela punição estatal. A comunicação antecipa alguns dados provisórios sobre os impactos desse encarceramento (que serão aprofundados em sede de tese de doutoramento em Direito, pela Universidade de Brasília, Brasil) e disserta sobre os desafios de implementação da interculturalidade entre o Estado e as etnias afetadas, demonstrando que há uma longa duração da política indigenista integracionista, de modo a cercear os direitos especiais vinculados à etnicidade e, funcionalmente, controlar a diversidade étnica por meio da repressão penal.