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DJS DO GUETO: TRAJETÓRIAS DE VIDA NO ESTILO MUSICAL BATIDA

A crescente interligação global abriu novas oportunidades para a produção artístico-cultural de jovens provenientes de territórios marginalizados, face a uma revolução digital que multiplicou as possibilidades de eles se fazerem visíveis. Uma nova estética afrodiaspórica emergiu desse processo, reforçada pelas influências culturais do “Atlântico Negro” (África, Brasil, EUA e Europa) e por uma ideia de “gueto transnacional”, capaz de conectar todos aqueles que vivem nas regiões periféricas do planeta. Conhecida como música de gueto, o ritmo batida é modelado pelas lógicas acima referidas, em que a vida nos territórios segregados se torna uma fonte de inspiração. Os Djs da Quinta do Mocho tem sido precursores nesses novos “modos de fazer” cosmopolita, rompendo com os paradigmas da invisibilidade e do luso-tropicalismo que persistem sobre as populações afrodescendentes em Portugal. Com base na análise das trajetórias de vida dos DJs desse bairro, pretendo debater como os jovens questionam as suas experiências em territórios marginalizados, correlacionando-as com as transformações do estilo musical “batida” nos últimos anos, em que a pandemia do COVID-19 trouxe dificuldades acrescidas nos seus sonhos de fazer da música uma profissão plena.