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De vítima a empoderada: disputas imagético-discursivas sobre o câncer de mama na internet

Este comunicação tem por objeto principal a exibição pública de depoimentos e imagens de mulheres que tiveram câncer de mama, realizada em diferentes contextos: das galerias de arte às redes sociais, de publicações autobiográficas aos diários virtuais. A pesquisa mais ampla envolve três conjuntos de imagens e narrativas, compreendendo as duas últimas décadas do século XX e as duas primeiras do século XXI: a) trabalhos fotográficos autorais, produzidos por mulheres que passaram pelo câncer de mama; b) trabalhos fotográficos autorais, produzidos com mulheres que passaram pelo câncer de mama; e c) blogs, vlogs e sites independentes criados por mulheres que tiveram câncer de mama. Nesta apresentação apresento o ultimo aspecto, analisando dois projetos desenvolvidos por mulheres que tiveram câncer de mama no Brasil e que, através das redes sociais, mobilizam narrativas e imagens sobre essa experiencia. O objetivo é analisar a construção de subjetividades contemporâneas relacionadas ao câncer de mama que emergiram em torno doença a partir dos anos 1980. Neste processo, a fotografia e as narrativas biográficas, calcadas na ideia do “testemunho, se apresentam como elementos que reúnem ao mesmo tempo valor estético, político e terapêutico. Pretendeu-se analisar quais são as imagens e testemunhos que adquirem maior alcance, tendo atenção aos sujeitos que os produzem e de que modo os marcadores sociais da diferença (gênero, classe, raça, idade) se fazem presentes nesse processo, tanto como elementos propulsores de novas narrativas sobre o câncer de mama quanto possíveis meios de (des)legitimação de narrativas.