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O TRABALHO DA FESTA: MEDIADORES E MEDIAÇÕES

Esta comunicação baseia-se numa pesquisa de longa duração sobre festas do Espírito Santo nos Açores, entre a diáspora açoriana na América do Norte e no Brasil (São Luís, Maranhão). O seu objetivo é enfatizar a importância dos bastidores da festa como um lugar onde são produzidas as conexões entre pessoas, grupos e entidades espirituais que caraterizam a festa. Foca a multiplicidade de pessoas que trabalham para a festa: organizadores, promesseiros, especialista rituais e outras pessoas que ajudam a fazer a festa. Argumenta que o trabalho da festa é uma atividade plural que gera a sua própria dinâmica festiva, baseada na ritualização das tarefas práticas relacionadas com a sua organização. É portanto possível falar de duas festas: a festa como evento público e a “festa dentro da festa” que tem lugar nos seus bastidores. A parte final da comunicação centra-se na relação entre as categorias de festa e trabalho. Usualmente pensados como separados, estes dois domínios podem ser vistos como mutuamente articulados. A ênfase nessas articulações pode possibilitar que a antropologia desenvolva uma crítica do utilitarismo como um modo de interpretação da ação social.