Video

Novas mobilizações antitráfico na era da Covid-19: atores e discursos, desafios e oportunidades renovadas.

Trabalhadores e trabalhadoras migrantes em setores não reconhecidos, como o mercado do sexo, estão entre as populações mais afetadas pela crise de saúde, económica e político-social gerada pela Covid-19. Em muitos casos, as únicas formas de solidariedade e resistência, tanto para mulheres quanto para homens e pessoas trans no mercado do sexo, vêm da mobilização de baixo. Entretanto, em campos altamente institucionalizados, como o da luta contra o tráfico, apesar das escassas evidências, uma nova e vigorosa “chamada às armas” envolve atores e organizações nacionais e internacionais de diferentes naturezas. Em alguns casos, a sobrevivência dos aparatos antitráfico, construídos nas últimas décadas, parece prevalecer sobre as preocupações tanto para as/os migrantes rotuladas/os de vítimas quanto para aqueles que não o são. Tomando como referência a experiência portuguesa, a comunicação centra-se na nova mobilização antitráfico, que caracteriza este contexto nacional durante a crise pandémica. Com base numa etnografia digital, ela concentra a sua atenção não só nos seus atores e discursos, nas presenças, mas também nas ausências e silêncios, e ainda nos novos desafios e oportunidades colocados pela pandemia.