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Fissuras na urbanidade hegemônica a partir de novas sensibilidades: o inédito é viável

Esta comunicação analisa intervenções urbanas realizadas em espaços públicos de Belo Horizonte, capital do estado brasileiro de Minas Gerais, entre 2013-2017, por estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Belo Horizonte.  Ministrada pela autora, a disciplina buscou sensibilizar os alunos quanto à complexidade do espaço urbano, na sua conformação múltipla e conflituosa. A disciplina inspirou-se nas propostas urbanas da “Internacional Situacionista”, grupo ativista criado na Europa “Ocidental” do pós-guerra, crítico da urbanidade tecnocraticamente planeada. Alinhou-se também com a pedagogia do educador Paulo Freire (1979), para quem a construção coletiva de saberes é uma condição para uma sociedade transformada. As “escutas” da cidade, pelos sentidos, por procedimentos de deriva e psicogeografia, permitiram formular conhecimentos sobre o espaço público e realizar interferências que propunham fissurar padrões hegemônicos de urbanidade. Ao longo de todo o processo, ocorreu a construção coletiva de saberes, a partir de: leitura diferenciada e sensível da cidade; discussão da “escuta” com colegas e professora; criação conjunta de propostas de intervenção; materialização do projeto na cidade; vivência da reação de outros sujeitos com a intervenção; e apresentação e discussão dos trabalhos. Na primeira parte da comunicação, formula-se a base teórica, a partir da teoria dos situacionistas e da pedagogia de Freire. Na segunda parte, discute-se o processo de trabalho e as intervenções urbanas propostas, com base nos conceitos formulados. As reflexões finais analisam a importância dessa sensibilização urbana para os estudantes, futuros arquitetos responsáveis por instaurar (ou não) novas realidades urbanas.

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