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A escravização de indígenas pela colônia e sua criminalização pelo Estado nacional no Norte Amazônico, Brasil, e o protagonismo indígena no caminho da descolonização

Em 1775, militares portugueses iniciaram a ocupação colonial da região que atualmente é o estado de Roraima, com a construção do Forte de São Joaquim no Rio Branco, visando impedir a entrada de espanhóis e holandeses na bacia amazônica e escravizar indígenas. De diferentes origens étnicas, os autóctones foram reunidos à força em aldeamentos com o propósito de integrá-los como mão-de-obra para servir à Coroa portuguesa. Uma forte resistência da população indígena à violência colonial, com levantes e fugas em massa, levou os colonialistas a abandonar esse projeto e enviar os indígenas para partes distantes da bacia amazônica, donde a fuga era impossível. Durante o século XIX, continuaram expedições ilegais para escravizar indígenas, muito depois de a escravidão indígena ter sido proibida na bacia amazônica em 1755.  A partir da segunda metade do século XX, prossegue um processo de criminalização de indígenas em Roraima, que nega seus direitos constitucionais (1988) e internacionais para tratamento diferenciado pelo sistema judiciário e procura eliminar sua indianidade e “reeduca-los” por meio do encarceramento sob o lema que “todos são iguais perante a Lei”. Após séculos de subordinação e resistências, esses povos se organizaram politicamente para enfrentar as políticas governamentais de “integração forçada”. Por meio do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e outras organizações, lutam para efetivar seus direitos diferenciados. A eleição da primeira mulher indígena a Deputada Federal, Joênia Wapichana, advogada, marca uma conquista histórica do movimento indígena de Roraima no caminho da descolonização.

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