O foco deste estudo são as técnicas artesanais – tecelagem manual e doces de frutas bordadas cristalizadas e em compota –, praticadas em Carmo do Rio Claro, um pequeno município localizado na mesorregião Sul de Minas Gerais e microrregião de Alfenas. Essas práticas advindas das tradições foram consideradas, a partir de 2015, como Patrimônios Imateriais de caráter municipal, registradas no livro dos Saberes. Porém, com os processos de transformação, especialmente ocasionados por terem se tornado atividades de renda, correm o risco de desaparecerem em função da concorrência com as lojas que utilizam teares elétricos e as fábricas de doces. Sendo assim, o intuito é retratar as técnicas, desde os modos de fazer tradicionais até as incorporações atuais, que incluem novos materiais, como os fios industrializados na tecelagem. Além disso, também é preciso definir os caminhos possíveis para colocação em prática dos Planos de Salvaguarda e Valorização, previstos em ambos Registros patrimoniais, que incluem: a falta de incentivos por parte do Poder Público local, a escassa divulgação, o pouco interesse dos mais jovens em aprender os ofícios, a não existência de um planejamento para a transmissão dos modos de fazer, dentre outros.