REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS IDOSOS SOBRE A HIPÓTESE PREDATÓRIA NO CENTRO HISTÓRICO DE NATAL/RN (BRASIL)
A cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro, possui um núcleo urbano tombado pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 2010, que se encontra, na sua maioria, concentrado no seu Centro Histórico e que abrange os bairros da Cidade Alta e Ribeira. À semelhança de outros centros históricos do nordeste brasileiro, também a cidade potiguar tem assistido ao seu esvaziamento populacional devido sobretudo à contínua degradação urbana. A gestão do medo parte da hipótese predatória de que a cidade não oferece segurança aos seus cidadãos pelo que a violência pode ocorrer a qualquer momento, colocando por isso em causa a sua segurança. O medo irracional, influenciado pelo papel dos meios de comunicação social, invoca inibições nas pessoas que deixam de ocupar por exemplo os espaços públicos, ainda que nunca tenham sofrido qualquer violência física. Daí que procurem desenvolver um conjunto de estratégias pessoais e coletivas para obstarem e gerirem esse medo. Desse modo, é nosso objetivo, a partir de uma pesquisa qualitativa, apoiada na realização de entrevistas semiestruturadas a idosos residentes na cidade de Natal, compreender as estratégias que os mesmos adotam quanto ao centro histórico, tendo em conta a hipótese predatória. A principal conclusão da investigação é a “naturalização” do medo em relação a determinadas áreas urbanas, incluindo o centro histórico de Natal e, em especial durante a noite. A esta acresce ainda, o desinteresse pelo património histórico da cidade.