A eleição do Porto, em 2012, 2014 e 2017 como melhor destino da Europa, pela organização “European Best Destinations”, bem como, cidade da Europa mais interessante para visitar em 2019, pela Culture Trip, assim como a atribuição a Portugal dos prémios de melhor destino turístico do mundo em 2017 e 2018 pela World Travel Awards, associado ao crescimento de infraestruturas turísticas na cidade do Porto, têm contribuído para o aumento do turismo na mesma. Por outro lado, a gentrificação, o crescimento do alojamento local (AL), o aumento do valor das rendas para o arrendamento habitacional, o aumento do ruído em determinadas áreas urbanas em virtude da organização de eventos e do aumento de circulação de pessoas e veículos na cidade portuense são alguns dos fatores que estão a colocar em causa a qualidade de vida dos seus residentes. Desse modo, é nosso objetivo, a partir do levantamento etnográfico de diversas vivências sociais e culturais, perceber como estas se repercutem para os residentes da cidade do Porto, no seu quotidiano. Cabe, por conseguinte, aqui uma reflexão de cariz antropológico sobre as relações dicotómicas turismofobia/turismofilia e turismo de massa/turismo alternativo. Para o efeito, procedemos ainda à realização de entrevistas em profundidade com representantes de diferentes setores culturais, sociais e profissionais concluindo que o sentimento de turismofobia está em crescimento face ao aumento do turismo massificado na cidade do Porto.