A quarentena compulsória impôs a muitos/as antropologos/as o duplo desafio de desenvolver estratégias de pesquisa virtuais ou netnograficas e de produzir conteúdos sobre o contexto atual para mobilizar um debate informado pelas ciências sociais sobre a pandemia. A partir destas considerações um grupo de professores do Departamento de Antropologia e Museologia da Universidade Federal de Pernambuco, lançou a série de podcast Anthropológicas, que visou propor debates de cunho interdisciplinares, gravados virtualmente e publicados em formato de podcasts. Apresentamos aqui uma exploração desta experiência mobilizando o recente debate sobre a categoria de infraestrutura, entendida aqui como um conjunto de relações entre humanos e não humanos que permite a produção e a circulação de formas específicas. Os atores envolvidos, organizadores, convidados, aplicativos, redes sociais e telemáticas constituem o campo primordial para a observação de como o podcast é, do ponto de vista formal, produzido e de como ele circula. Analisaremos, através de uma abordagem etnográfica multimodal, como este conjunto seja resultado de uma específica “estética politica”, que através de um implícito distanciamento das formas quer mais circulam na academia, visa enfrentar os dilemas de uma antropologia publica, em frente a um dos mais complexos debates da história recente.