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DA INTERCULTURALIDADE PLURINACIONAL À VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: AS VOZES SUBALTERNAS DE UMA COMUNIDADE AFRO-DESCENDENTE NO EQUADOR NA LUTA PELO TERRITÓRIO

Neste trabalho propõe-se revisitar a colonialidade que permeia o existencialismo da condição subalterna negra/afrodescendente no Equador tomando-se por base considerações levantadas num trabalho de campo realizado junto a uma comunidade auto-designada comunidade negra La Chiquita, localizada no noroeste do país.Esta reflexão rende-se à sua situação marginalizada, por um lado, face à tessitura societal de que faz parte e, por outro lado, quanto às narrativas e lutas jurídico-políticas que produz para afirmar a sua memória e identidade frente ao “anonimato coletivo” a que têm sido historicamente submetidas as populações negras desde a retórica nominalista do Estado equatoriano.As ambiguidades deste complexo terreno [essencialismos estatistas e estratégias vinculadas ao manejo da identidade] têm garantido o direito à permanência de La Chiquita no 'território ancestral' - ainda que baixo uma forte pressão político-economicista -, e possibilitado resistir aos predicados do Estado-nação e do seu projeto de desenvolvimento condescendente à expansão do monocultivo de palma azeiteira nas proximidades do cobiçado território comunitário.Desde uma mirada crítica epistemológica à retórica do Estado que os reconhece como ‘ancestrais’ [sob toda a dubiedade do ethos da colonialidade na América Latina] e a contrapelo dos marcos discursivos que "ensombrecem" a política multiculturalista equatoriana da última década visa-se, com o auxílio da sociologia jurídica crítica e da antropologia reflexiva, tecer contribuições ao panorama de violência estrutural de que são alvo face à intempestividade da sua 'voz subalterna'.

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