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PASSOU? AGORA É LUTA! Notas etnográficas sobre o ingresso e a permanência de jovens estudantes indígenas na Universidade Federal da Bahia

A diversidade étnico-racial que caracteriza, desde 2005, a Universidade Federal da Bahia (UFBA), levou-me a admitir a necessidade de realizar uma etnografia do espaço universitário. Na pesquisa desenvolvida no doutorado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFBA, envidei esforços para reconstituir a história da presença dos estudantes indígenas nessa instituição. A pesquisa partiu do suposto de que os programas produzidos pelas universidades brasileiras para a implementação de ações afirmativas é estimulante para pensar os entraves legais, políticos e institucionais que se têm interposto à implementação de políticas de inclusão, bem como para pensar as expectativas dos agentes sociais que compartilham uma nova realidade engendrada pelo acionamento de tais políticas. Ao observar a dinâmica do cotidiano acadêmico dos estudantes indígenas, decidi compreender determinadas dimensões que concernem ao pertencimento indígena, à experiência juvenil e às políticas de ações afirmativas voltadas para o ensino superior, e a consequente migração de jovens indígenas para centros urbanos, tomando como foco da observação e análise, os próprios estudantes universitários e o seu protagonismo para enfrentamento da vida universitária. Compôs o procedimento metodológico da pesquisa uma ampla revisão da literatura acerca do debate político e teórico sobre o sistema de cotas nas universidades brasileiras, como também dados institucionais e dados etnográficos produzidos na interação com os estudantes. Ressalto ainda, que o contato com as reflexões sobre educação superior e povos indígenas na América Latina foram de fundamental importância para a compreensão dessa temática a partir de indagações produzidas no campo da antropologia da educação.

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