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O CENTRO NACIONAL DE ARTESANATO NA I REPÚBLICA: RESISTÊNCIA, PATRIMÓNIO E CONSTRUÇÃO NACIONAL EM CABO VERDE

Pela ação da equipa do Centro Nacional de Artesanato, criado em 1977 a partir da Cooperativa Resistência, o artesanato viria a desempenhar um papel incontornável nos processos de patrimonialização e na construção nacional durante a I República caboverdiana, tendo ainda sido alvo dos primeiros ensaios museológicos produzidos no país. Esta emergência de visibilidade atribuída ao artesanato, tantas vezes descrita como surpreendente, nos primeiros quinze anos após a independência de Cabo Verde parecia assim constituir a categórica refutação das declarações proferidas por Gilberto Freyre em Aventura e Rotina (1953), relativas à inexistência de uma “arte popular própria do caboverdiano”.  Nesta comunicação, alicerçada numa etnografia retrospetiva sobre o Centro Nacional de Artesanato, serão debatidos tópicos relativos à seleção de objetos, aos processos de “aprendizagem com o povo”, às missões de investigação, aos contextos políticos de exibição de objetos, bem como à articulação da patrimonialização do artesanato com a ideologia revolucionária da I República e à sua construção enquanto conjunto de objetos militantes capazes de expressar a resistência ao colonialismo. 

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