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DESLOCAMENTOS E TRAVESTILIDADE NO MERCADO DO SEXO BRASILEIRO

Mobilidade territorial está intimamente atrelada à produção da experiência da travestilidade nos mercados do sexo. Os estudos sobre o tema costumam destacá-la sempre atrelada à estratificação, status e distinção. Este trabalho pretende trazer reflexões sobre os processos internos de produção da travestilidade, o que implica pensar nos deslocamentos geográficos, mas não só neles. Busco analisar os vários significados que a categoria mobilidade pode encerrar naquilo que a faz revelar a dinâmica dos deslocamentos existenciais entre gêneros associados às atividades de trânsito entre cidades e lugares pelas travestis. Entendo que estas movimentações são rizomáticas e não constituem necessariamente redes estáveis de deslocamentos e fluxos de agentes, sugerindo mais um ambiente de emaranhado de linhas que se fazem e se desfazem continuamente através de socialidades. A partir da experiência etnográfica obtida em duas cidades brasileiras (São Carlos - SP e Campo Grande - MS), sugiro que o deslocamento em si pode ser uma chave explicativa sobre a fluidez e não permanência prolongada das travestis em apenas uma cidade. Isso pode, inclusive, ajudar a entender outros processos de subjetivação, como a construção da pessoa, de corpos, gênero e sexualidade.

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