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A MUSICALIDADE DO SER HUMANO: EXPRESSÕES DE JOVENS QUILOMBOLAS E DA PERIFERIA DE BRASÍLIA, BRASIL

A música está presente na vida de cada ser humano.Entretanto,a maneira como pessoas e grupos se relacionam com a música está sujeito às condições da história e da cultura que permeiam suas vidas. Para romper com esta lógica,o Laboratório de Arte, Cultura, Música e Educação da Universidade de Brasília a partir de concepções pedagógicas libertadoras(Illich,1971),desenvolve atividades de educação musical com crianças e jovens quilombolas e da periferia de Brasília.As práticas levam em consideração as experiências histórico-culturais das crianças e de suas comunidades, entendendo a música como possibilidade humana.Esta proposta é uma tentativa de combate à lógica escolarizada que impõe conteúdos elitizados, dissociados da vida cotidiana, de seus elementos sonoros e musicais. As práticas tradicionais de pesquisa, de observação e entrevista, são insuficientes para conhecer o que as crianças e jovens pensam sobre a atividade musical. Na primeira, o olhar do observador não consegue captar elementos que não se externalizam nas ações das crianças e,na segunda,a prática de entrevista com crianças por adultos limita suas expressividades como também suas falas. Por isso,esta pesquisa utilizou uma abordagem etnográfica que coloca as pessoas na centralidade do processo investigativo,como entrevistados e entrevistadores, simultaneamente.Crianças e jovens quilombolas e da periferia de Brasília se tornaram pesquisadores, entrevistando-se entre si,dialogando entre pares,e alcançando resultados e diálogos que provavelmente não seriam atingidos com metodologia de pesquisa tradicional. Aliando a metodologia etnográfica aos processos educativos desenvolvidos durante a pesquisa foram verificados resultados a partir da expressividade própria das crianças e jovens pesquisados (Morgade, 2014).Os resultados apontam para a compreensão da música para além de uma simples prática:a música como uma atividade humana que representa, nas palavras de Vigotski, “o social em nós” (Vigotski, 2002)

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