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Entre dois agenciamentos: uma problematização divergente de uma fronteira colonial “amazônica”.

Na comunicação, proponho uma teoria etnográfica de práticas de fronteirização que separam e relacionam a “Amazônia” e seu lado de fora. Para isso, parto de um contexto etnográfico (multi)situado e afetivo entre dois conjuntos de cidades brasileiras entre os quais me movimentei intensamente nos últimos dez anos; e elaboro uma descrição “alongly integrated” (Ingold, 2011) e simétrica (Latour, 1991) de dois agenciamentos relacionados e cruzados em que estão implicados discursos, afetos e mobilidades. De um lado, nas relações que mantenho com pessoas do lugar onde cresci (um “sudeste” do Brasil), aparece um agenciamento que produz uma “distinção ontológica”, semelhante ao orientalismo de Said (1978), que faz da “Amazônia” uma alteridade radical. De outro lado, nas relações com pessoas na cidade onde vivo (Manaus, a maior da região), o agenciamento produz uma distinção mais flexível entre uma lugar de amplitude incerta, nem sempre nomeada como “Amazônia” (um “aqui”), e um “sul” do Brasil (um “lá”), que se estende para lugares “desenvolvidos” e “brancos” do planeta. Considerando essa etnografia, discutirei, através de uma problematização ética e “divergente” (Anzaldúa, 1987), a simultânea assimetria e convergência entre esses agenciamentos na produção de uma fronteira colonial singular.

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