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Chegas de Bois (combates de touros) no Norte de Portugal: transformações, direitos dos animais não-humanos, e patrimonialização.

Nas últimas décadas, especialmente a partir dos anos 70, a realidade do mundo rural em Portugal passou por profundas mudanças (note-se aqui o aumento dos subsídios e capacidade financeira das populações), que se manifestam nas mais diversas práticas econômicas e simbólicas, mudando as formas de pastoreio e, como conseqüência, também alterando as chegas de bois, uma forma de luta animal entre dois touros que até então ocorriam entre animais pertencentes à comunidade e que agora ocorrem entre animais de proprietários privados.É também nos anos 70, com o trabalho de Peter Singer, que a consciência pela defesa dos direitos e da dignidade dos animais não-humanos se começou a generalizar.Isto levou a uma maior oposição a práticas que vão contra o bem-estar dos animais não-humanos, críticas reforçadas quando estas práticas apresentam um caráter cultural e patrimonial e que podem, hoje em dia, após a Convenção da UNESCO de 2003, ser salvaguardadas, mesmo que apenas a nível nacional. Com base nestes três pontos, pretende-se, neste trabalho, recorrendo principalmente a métodos qualitativos e a uma perspetiva crítica, responder às seguintes questões: Qual é o atual estado das chegas de bois e quais são as principais mudanças que ocorreram nessa manifestação ao longo dos anos? Quais são as críticas feitas a esses combates por defensores dos direitos dos animais? Foram tomadas medidas para salvaguardar as chegas de bois? E de que forma outras medidas de patrimonialização seriam aceites por vários setores da sociedade?  

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