Artículo

Forjar o corpo para a luta: Uma etnografia sobre as dinâmicas da disposição do corpo como coreografia de combate no movimento estudantil secundarista do Brasil

Os diferentes modos de constituição da ação política acompanham interpretações da disposição do corpo para os ativismos jovens no contexto do movimento estudantil secundarista brasileiro. Se é o corpo o instrumento de que se faz combate, o que afirmam e o que reinventam  os secundaristas ao disporem-no à resistência de luta? Tais interrogações encontram fértil terreno nos estudos socioantropológicos sobre gênero e sexualidade no Brasil e no mundo. As dimensões associadas ao corpo e ao desejo desdobram-se à discussão sobre a promoção de direitos e a sua relação com a situação do exercício da democracia nos últimos anos. Ao se depararem com os impactos dessas atualizações para os ativismos contemporâneos, o movimento secundarista surge como um campo produtivo para a análise de práticas políticas que têm angariado tanto mais visibilidade quanto transformações. Em uma arena de disputas e tensões, as questões de gênero e sexualidade desafiadas pelos estudantes conformam-se como uma coreografia de práticas forjadas para o combate em torno das lutas por direitos e da resistência às reformas educacionais. O campo de pesquisa baseia-se em etnografia realizada em 2016-2017, em São Paulo, com estudantes do grupo “Secundaristas em Luta de São Paulo”, responsáveis pelo primeiro ciclo de ocupações de escolas no Brasil; e também no Rio de Janeiro, onde acompanho estudantes de duas unidades de um colégio público federal. Em ambos os campos, a partir de observação participante, rodas de conversa aberta e entrevistas, analiso as experiências de ocupação, as ações dos grêmios e dos seus coletivos e participações em protestos de rua.

(*)El autor o autora no ha asociado ningún archivo a este artículo