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Traçando os territórios de drogas no centro urbano

Nossa proposta é apresentar parte de uma pesquisa etnográfica realizada na cidade de Belo Horizonte, Brasil. Propõe-se discutir os territórios de drogas apropriados pelos moradores de rua da região central de Belo Horizonte, os sistemas de significados, estilos de vida, os usos de drogas e sua representação simbólica. A organização dos espaços urbanos pelos moradores de rua que fazem uso de drogas segue uma lógica própria decorrente dos significados a eles atribuídos, a forma como percebem a cidade e sua funcionalidade para acessar recursos necessários à sua condição de vida. Para a compreensão da maneira de organizar os espaços foi realizado um mapeamento juntamente com os moradores de rua andando a pé e acompanhando os seus trajetos corriqueiros, a territorização, desterritorização, rituais e a região moral. Esse processo põe em questão aspectos teóricos, metodológicos e éticos do trabalho etnográfico no campo da antropologia. Como resultado: a) em Belo Horizonte os territórios são descentralizados e as pessoas que usam drogas e moram nas ruas usam o espaço urbano de maneira nômade; b) – os limites físicos da cidade servem para demarcar as desigualdades sociais e sustentam as políticas proibicionistas e as intervenções de controle social; c) – mapear e estudar os territórios de uso de drogas é entender a relatividade dos usos dos espaços urbanos, a diversidade social e o significado das drogas na vida das pessoas.

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