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Tradição e diferenciação no Sul de Moçambique

O emprego da tradição como categoria analítica que produz alteridades e seus usos políticos através da história reverberaram na produção de universos socioculturais, políticos, econômicos e na relação entre Estados e sociedades civis no continente africano. Em pesquisa desenvolvida no Sul de Moçambique, observamos como naquele contexto particular as noções de tradição e modernidade operam contemporaneamente enquanto categorias que estabelecem campos semânticos, discursivos e pragmáticos que diversos agentes mobilizam e manipulam constantemente na produção de diferenças e na classificação de pessoas, ações, espaços e eventos. O estabelecimento de tais fronteiras classificatórias entre tradição e modernidade ordena e dá sentido à agência de sujeitos, espaços e instituições, sendo uma experiência histórica instalada a partir do projeto colonial português que permanece operante de formas diversas no período pós-independência.Partindo de pesquisa etnográfica e histórica, o trabalho proposto objetiva investigar como a categoria “tradição” emergiu de um contexto de mediações históricas através de processos de diferenciação que têm implicações transversais em diversos níveis, estabelecendo dinâmicas relacionais, discursos e jogos de poder entre uma multiplicidade de agentes e agências que se transformam mutuamente no processo histórico, ressignificando os sentidos atribuídos à noção de tradição e refletindo diretamente no campo político das relações entre Estado e agentes da sociedade civil.

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