O cyberfeminismo nas lutas contra os desmontes de políticas sociais para mulheres no Brasil
O objetivo desta apresentação é o trazer análises textuais e discursivas de um conjunto de sites que se auto-categorizam como feministas de forma a elaborar uma discussão sobre como esses sites performatizam a defesa dos direitos reprodutivos e sociais de mulheres brasileiras, considerando que a categoria "mulher" é compreendida nos termos de Piscitelli (2000; 2002; 2008), no contexto de busca da “dessencialização” das práticas identitárias e de práticas políticas. Considerando a noção de “empoderamento feminino” e de "amor", expressões frequentemente mobilizadas por feministas em contextos específicos, nossas análises são desenvolvidas com o objetivo de buscar compreender como estão contextual e discursivamente ancoradas as categorizações sociais que são produzidas por organizações feministas catalogadas no acervo que estamos organizando na relação com as duas noções anteriormente citadas. Para desenvolver essas análises, também nos alinhamos à perspectiva de Woodward (2000), para quem a compreensão das textualidades depende da análise de processos de representação, identidade, produção, consumo e regulação. Os modos como se dão essas ancoragens revelam que há reiterações temáticas que se contrapõem aos/ e ressignificam os discursos anti políticas sociais: (i) violências contra a mulher e (ii) saúde das mulheres. Esses parâmetros temáticos parecem auxiliar na compreensão das disputas sobre o que se pode ou não falar, mesmo nas mídias sociais. Essas pauta dos movimentos feministas parece ter implicações importantes para a forma como os movimentos performatizados nessas plataformas das organizações feministas pressupõem que serão recepcionados por suas comunidades e pelas comunidades anti-feministas.
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