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Desenvolvimento e mercado voluntário de carbono: perspectivas de futuro em comunidades indígenas da amazônia brasileira e colombiana

Alguns povos indígenas e grupos da sociedade civil são contra qualquer forma de comércio de carbono, preocupando-se com o fato de que soluções baseadas na natureza orientadas para o mercado possam envolver a privatização de recursos naturais mantidos em comum (Tugendhat 2021). Um olhar mais integrativo sobre o valor da vida que ultrapasse a visão desenvolvimentista, como o Bem Viver, pode ajudar a passar da valorização monetária da natureza e entender seu valor intrínseco, e assim “reconstruir refúgios, tornar possível uma recuperação e recomposição biológica-cultural-política-tecnológica, lembrando que somos todos compostos, adubo, não pós-humanos, nem imortais” (Haraway, 2016, 141); (ACOSTA, 2016, p. 69). A pesquisa analisará a construção de Desenvolvimento Sustentável (DS) e suas alternativas em comunidades indígenas da Amazônia brasileira e colombiana, diante do avanço de projetos para o Mercado Voluntário de Carbono (MVC) nos últimos anos através da ecologia política, e a construção de uma etnografia dos novos conflitos socioambientais recorrentes de mecanismos econômicos para redução de emissões em comunidades indígenas. Para entender a relação desta perspectiva de mercado com o sistema de pensamento de comunidades tradicionais da América Latina foram comparadas as referências consultadas sobre a relação histórica, conceitual e contextual, trazendo exemplos sobre a realidade mundial e Pan-Amazônica em torno das seguintes perguntas: Qual é o vínculo entre o mercado de carbono e o DS? De que forma o mercado voluntário de carbono é parte da solução ou permanência da crise ecológica? O mercado voluntário de carbono é contrário ao pensamento e práticas das comunidades tradicionais?