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A imagem como metodologia: a utilização da etnografia de rua em uma investigação de arte urbana em belo horizonte (brasil)

As fotografias e os produtos audiovisuais são instrumentos utilizados em estudos antropológicos e sociológicos que remonta há muitas décadas. Bronislaw Malinowski e Jean Rouch, por exemplo, acompanharam em seus trabalhos de campo o próprio desenvolvimento tecnológico da fotografia e do cinema no século XX. Para além do uso da fotografia e do vídeo como modos de comprovação, ilustrações de fatos históricos e objetos de estudo em si, a imagem proporcionada pelas câmeras - e mais recentemente smartphones - e seus usos em campo, são a própria metodologia cientifica, ou seja, defendo a imagem enquanto metodologia antropológica, pois o equipamento de registro fotográfico/videográfico se torna parte integrante do corpo do pesquisador, que por meio de construções sociais de realidade (BERGER; LUCKMANN, 2004) e capitais adquiridos enquanto indivíduos (BOURDIEU, 1989), decidem quais enquadramentos devem ou não serem registrados, quadros definidos por questões éticas e sociais, principalmente por meio do poder simbólico (BOURDIEU, 1989) e dos efeitos de lugar (BOURDIEU, 1997) (WACQUANT, 2006). Este estudo, portanto, é ancorado na perspectiva da etnografia de rua (ROCHA; ECKERT, 2013) e tem por objetivo destacar a imagem como metodologia cientifica, tendo como campo de estudo grupos de grafiteiros e pixadores na cidade de Belo Horizonte, no Brasil.