Recentemente o turismo tem contribuído para processos de transformação e co-produção da cidade de Lisboa, em consequência, há novos usos da cidade, com a clara diminuição e privatização do espaço público, em consequência da mercantilização e patrimonialização do centro histórico. Muitos espaços alimentícios transformaram-se em lojas/cafés/espaços gourmets. O comércio tradicional alterou-se para dar lugar a novos espaços de consumo, de disputas e de reapropriações materiais e simbólicas.Com base num projeto doutoral em curso, e socorrendo-me de pesquisa etnográfica, este trabalho propõe analisar as dinâmicas da patrimonialização do comércio tradicional, por intermédio da salvaguarda dos estabelecimentos e do seu património material e histórico.Com base em metodologias e perspetivas teóricas das antropologias do turismo e do patimónio, explorar-se-á o turismo em Lisboa, com foco nas dinâmicas da patrimonialização que decorrem de estratégias de re-significação do património cultural lisboeta e consequente produção de paisagens turísticas.Inserido em políticas de conservação, proteção e salvaguarda do património em contextos turísticos pós-modernos, neoliberais, repletos de disputas e de conflitos, o estudo de caso que será apresentado relaciona-se igualmente com a construção de cenários e atração de fluxos turísticos.