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Processos de territorialização, transmissão de conhecimentos e educação escolar em contexto indígena: paralelos entre quebec (canadá) e o nordeste brasileiro

Reflito o tema da transmissão de conhecimentos indígenas a partir da observação de dois contextos regionais: a província do Quebec (QC), no Canadá, e a Região Nordeste (NE), no Brasil. A partir de um olhar de longa duração observo os processos de territorialização pelos quais os povos indígenas do que veio a se transformar América passaram desde a invasão europeia até a contemporaneidade. Mais do que um estudo comparativo, minha ideia parte da perspectiva de que, apesar das trajetórias coloniais que os levaram a lugares opostos no nível global, há três elementos estruturantes comuns que permitem uma análise transversal das realidades indígenas. Em primeiro lugar, como Povos que sofreram as consequências das políticas coloniais desde o primeiro contato, as nações que habitavam o que veio a ser o Quebec e do Nordeste compartilham uma longa história de expropriação territorial e coabitação forçada com povos não indígenas. Em segundo lugar, o tema da educação para esses povos vai além das questões de escolarização. Do lado estatal, reúne estratégias de dominação e tentativas de aculturação dos povos originários. Para os povos indígenas, assumir a responsabilidade pela educação se alinha a um movimento de descolonização e afirmação de sua autonomia, com foco na reapropriação dos conteúdos pedagógicos e no ensino das línguas e saberes indígenas. Em terceiro lugar, durante a segunda metade do século XX, esses povos criaram alianças com outras Nações Indígenas e fundaram organizações dedicadas à educação escolar indígena e a transmissão de suas culturas.

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