Esta comunicação tem como proposta compartilhar as primeiras impressões de um estudo etnográfico acerca dos impactos do COVID-19 nas práticas religiosas da Umbanda em Portugal. Uma vez que as pandemias têm implicações nos diversos aspectos da vida social, o que faz emergir uma multiplicidade de percursos possíveis de análise, buscarei centrar minha atenção sobre um dos elementos mais indispensáveis à manutenção da experiência religiosa umbandista: a relação com as entidades. A partir da utilização de metodologias qualitativas (observação participante, entrevistas e análise de redes sociais digitais), busco perceber como os períodos de confinamento e isolamento social, o que inclui o fechamento de templos religiosos, afetaram e/ou ainda afetam os adeptos e simpatizantes da Umbanda. Compreendo que focar no relacionamento entre umbandistas e consulentes e as entidades espirituais me possibilitará transitar entre aspectos importantes da interação entre COVID-19 e Religião. A pesquisa tem como foco três terreiros situados em Portugal. Em suma, busco compreender quais possíveis novos modos de se relacionar com as entidades espirituais, entre eles o digital, garantem a manutenção da experiência religiosa umbandista no contexto pandêmico.