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FILHOS SEPARADOS PELA HANSENÍASE NO BRASIL

No Brasil as pessoas acometidas pela “lepra” nome substituído por hanseníase, eram compulsoriamente internadas em instituições totais para “tratamento” e seus filhos ao nascerem, eram imediatamente separados em cumprimento à Lei Federal nº 610, de 1949. O Isolamento de pais e filhos até o ano de 1986 era a medida preventiva para interromper a rede de transmissão da doença. Os “doentes” e seus filhos “sadios” foram separados e confinados em “leprosários” sanatórios, colônias, pupileiras, creches e educandários, essas pessoas foram impedidas do convívio social e familiar. Este artigo é um recorte de uma tese de doutorado em Ciências Sociais que examinou os efeitos psicossociais da referida separação a construção social das identidades e nos modos de vida. A metodologia utilizada foi a pesquisa etnográfica,mediante técnicas de pesquisa documental, observação participante e entrevistas em profundidade. Este estudo foi realizado em duas unidades de análise: Colônia Santa Isabel, na cidade de Betim-MG, unidade para o isolamento compulsório para tratamento da hanseníase, e a Pupileira Eunice Weaver, situada em Belo Horizonte/MG, unidade para separação de filos. Neste estudo, priorizamos as narrativas dos filhos que foram separados de seus pais. As análises identificaram que a intervenção estatal influenciou e ainda influencia na construção social das identidades, no modo de vida, nos vínculos afetivos e parentesco, produzindo consequências psicológicas e sociais traumáticas na vida dos interlocutores, as quais interferem nos projetos futuros, na inserção no mercado de trabalho e na constituição de estruturas familiares.

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