Baseada numa pesquisa etnográfica multisituada e de longa duração entre estudantes e jovens saharauís refugiados na comunidade da Estremadura e em Argel, esta comunicação foca as práticas quotidianas da infância, durante as participações nas Vacaciones en Paz – programa de solidariedade em que crianças passam os verões com famílias de acolhimento espanholas.A análise dos processos pelos quais as crianças e jovens se tornam agentes políticos é relevante e tem sido amplamente abordada nas ciências sociais (De Boek e Honwana 2005) e campos humanitários e de desenvolvimento. Ainda que pouco mencionado, mas fundamental para um enriquecimento da compreensão das experiências das crianças e jovens em contextos de migração forçada, ou outros, impera observar as práticas quotidianas mais mundanas das crianças,  o seu “micro contexto de actividade” (Spyrou, Rosen e Cook 2019, 11),  como brincar, cantar ou dançar.Considerando a centralidade das crianças nos discursos humanitários e de desenvolvimento e o reduzido enfoque nas suas experiências quotidianas, esta comunicação analisa as vivências infantis, mostrando a sua inegável importância para pensar os significados atribuídos aos itinerários de mobilidade na idade adulta e à própria condição de refugiado.

(*)El autor o autora no ha asociado ningún archivo a este artículo