QUE VIAGEM É ESTA? REFLEXÕES SOBRE VIAGEM COMO METÁFORA DA PRODUÇÃO DA CIÊNCIA
O texto tem caráter ensaístico reflexivo, com abordagem da viagem como metáfora, para compreensão sobre processos de produção da Ciência. Decorre de mais de 30 anos de docência em Metodologia da Pesquisa, atuação como pesquisadora e orientadora de pesquisas em todos os níveis acadêmicos, em seis universidades brasileiras; atuação como supervisora de textos acadêmicos, em todas as áreas de conhecimento, consolidando práticas, processos e saberes transdisciplinares. A orientação teórica é holística, complexa e ecossistêmica, com orientação de mutação da Ciência, sinalizada por Capra; das emergências do novo paradigma, de Boaventura Santos; de Religação dos Saberes, de Edgar Morin; de Esquizoanálise, de Guattari e Deleuze; das sabedorias ancestrais dos povos originários, com Ailton Krenak e Kaká Werá. Pauta-se, ainda, pela longa trajetória de desenvolvimento e aplicação de duas estratégias metodológicas próprias: Cartografia dos Saberes e Matrizes Rizomáticas, alinhadas à Ciência Contemporânea, na lógica processual, dinâmica, de brotações espontâneas dos caminhos e descaminhos da pesquisa, com entendimento da pesquisa como viagem investigativa. A viagem é processo que envolve uma complexa mobilização dos sujeitos que se colocam em movimento, transversalizando mundos – afetos, recursos, memórias, imaginários, culturas. Os investimentos desejantes, inerentes ao processo da viagem na vida, no turismo, assim como o processo de produção das viagens investigativas têm o mesmo destino: o encontro consigo mesmo e o reconhecimento dos fortes entrelaçamentos com o nicho ecológico - com os seres outros, com o ecossistema em que o sujeito surgiu e com os quais vai se acoplando, em processos de transversalização, nos percursos desterritorializantes.
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