A pesquisa pautou-se pelo intento de perceber como o estudo dos intelectuais e, mais especificamente, a análise de determinados discursos legítimos pode contribuir para a apreensão da eugenia no Brasil, respaldada pela produção do pensamento social e educacional. O referido estudo justifica-se pelo contexto político atual de recrudescimento de racismos, porém a temporalidade da pesquisa aborda questões desde o período da chamada Era Vargas (1930-1945), pois compreende-se que muitas das ideias eugênicas sedimentaram-se, mais enfaticamente, no referido contexto político centralizador e autoritário da primeira metade do século XX. As fontes documentais consultadas foram as produções de alguns dos intelectuais representativos do pensamento social e educacional no Brasil, além de fontes da imprensa escrita e fontes bibliográficas de estudiosos sobre o tema. Dentre os pontos evidenciados, ressaltem-se ideias relacionadas à seletividade social, à antropometria pensada a partir da Antropologia, à fundamentação de diretrizes de profilaxia mental, aos métodos contraceptivos com vistas ao aperfeiçoamento genético, ao que se considerava por educação eugênica, ou, ao que se pressupunha como fatores necessários para selecionar e proporcionar melhores condições de ensino aos denominados bem dotados, aos programas de formação escolar e familiar com base em critérios sanitaristas e eugênicos, em suma, questões diversas elencadas a partir de proposições científicas e conjeturas sobre o problema eugênico e higiênico da população e sua correlação com idealizações identitárias vinculadas a critérios culturais de formação do nacionalismo no Brasil.