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DISTANCIAMENTO SOCIAL, NEGOCIAÇÃO DE RISCO E ETNOGRAFIA: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS PARA A PESQUISA COM COVID-19 NO BRASIL

Esta apresentação discute aspectos metodológicos de cinco pesquisas em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPB, que integram o projeto interinstitucional Estado, populações e políticas locais no enfrentamento à pandemia de Covid-19. São pesquisas que abordam o impacto da pandemia da Covid-19 sobre grupos e populações específicas, bem como lançam luz sobre os aprendizados e respostas localmente produzidas. Os cinco recortes discutidos aqui são: 1) mulheres acometidas pela covid-19; 2) enfermeiras que trabalharam na linha de frente; 3) trabalhadoras domésticas; 4) pessoas acometidas com a doença falciforme; 5) enlutados que procuram o Memoral de Vítimas do Novo Coronavírus, no Facebook. Apesar da especificidade de cada recorte, todas as pesquisas se viram às voltas com questões parecidas: como conjugar encontro etnográfico com distanciamento social? como fazer etnografia navegando entre telas de smartphone e computador? que cálculos e negociações de risco podem ser empreendidos para uma etnografia presencial? como incorporar os novos artefatos de biossegurança no cotidiano etnográfico? e, ainda, como fazer antropologia em meio a uma crise não apenas sanitária mas política e humanitária como a que se viveu no Brasil dos anos 2020 e 2021, sob o signo constante da perda e do luto? Trazendo para a discussão as escolhas metodológicas de cada um dos cinco estudos, discutiremos o fazer pesquisa em tempos de catástrofes, numa circularidade de movimentos entre reflexões, motivações, readaptações e recomeços, em que o reconhecimento da vulnerabilidade do/a antropólogo/a (BEHAR, 1996) é pré-condição para o encontro etnográfico e para a produção de conhecimento antropológico.