O texto tem caráter ensaístico para a apresentação de reflexão sobre a potência das narrativas como dispositivo de invenção de mundos compartilhados, a partir de experiências de ‘com-versações’, modo com que denomino o processo de conversar, entendendo-o como processo de acionamento de mundos de sentidos transversais. Esse acionamento de mundos transversais desencadeia processos potentes de interação e produção de sentidos, na partilha, no compartilhamento, pela energia de agenciamento das forças em interação. Em termos teórico, o texto tem como substrato uma fundamentação holística, complexa e ecossistêmica, entendendo os sujeitos envolvidos nos processos de ‘com-versações’, como universos existenciais, com dinâmicas correlatas às depreendidas de diferentes universos estudados pelos cientistas, desde Humberto Maturana, Fritjof Capra, Carl Sagan, Umberto Eco, entre outros. Existe, assim, a transversalização de mundos, nas interações subjetivas e o sentido produzido altera substancialmente, não somente cada sujeito, mas também os mundos (ecossistemas/universos existenciais) envolvidos. As reflexões se relacionam diretamente a pesquisas que estão sendo realizadas, no nível de Pós-Graduação, envolvendo um grupo de pesquisadores, no Sul do Brasil, na Universidade de Caxias do Sul, com vinculação a pesquisadores de várias regiões do país e de mais de 10 países, buscando entender a transmutação desejante de processos de desterritorialização e das narrativas transpoiéticas, produzidas em relação a esses processos. No caso, a ênfase deste texto é na abordagem dos processos de enunciação transversalizada e na potência de produção e mundos de sentido e, desse modo, de potência de invenção de mundos partilhados.