A presente comunicação tem por objetivo compartilhar um estudo sob a perspectiva antropológica do Dark Heritage - Património Sombrio -, lugares de incômodo com fins turísticos. Tal temática tem ocupado cada vez mais espaço no debate acadêmico, impulsionados pela cada vez maior percepção dos indivíduos a respeito dessa vertente patrimonial. Meu objetivo principal, além de discorrer sobre questões conceituais acerca do tema, dentre outros pormenores, é socializar com a comunidade acadêmica um estudo de caso realizado durante a produção de minha dissertação de mestrado em Patrimônio Cultural, no qual pude vislumbrar, catalogar e analisar o ponto de vista dos participantes de um evento de turismo assombrado realizado no Brasil, mais especificamente na cidade de Campinas, estado de São Paulo. Soma-se aos dados obtidos nesta investigação os impactos tanto físicos quanto psicológicos acarretados pela pandemia causada pela Covid-19, tanto na amostra analisada como no setor turístico em geral que, sofrendo profundo desgaste, necessitou reinventar-se, inclusive com base no sofrimento cotidiano e no lidar com a morte. Como exemplo, passou-se a promover visitações a cemitérios, locais que evocam sensibilização, assim como reflexões dissonantes. Por fim, esta comunicação também propõe possibilitar ponderações sobre as condutas humanas exercidas em locais de dor e incômodo à coletividade, para não deixar levar o tema a futuras banalizações.