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PERCEPÇÕES E MOTIVAÇÕES DOS JOVENS RURAIS EM RELAÇÃO À PECUÁRIA FAMILIAR: OS CASOS DO PAMPA DO RIO GRANDE DO SUL E DA ILHA DE MARAJÓ NO BRASIL.

O processo de urbanização no Brasil começou a partir dos anos 1940 com uma migração do meio rural para o urbano. Entre 1970 e 2010, a população de jovens no meio rural no Brasil diminuiu em quase 30% (IBGE, 2017), trazendo escassez de mão-de-obra e o celibato entre os homens jovens. No Bioma do Pampa, no sul do Brasil, as terras são ocupadas por pequenos, médios e grandes estabelecimentos de pecuária extensiva. Em torno de 20.000 famílias vivem da pecuária familiar nessa região que, ao mesmo tempo, atrai investidores interessados em agricultura intensiva (soja, eucalipto e arroz) causando sérios danos ambientais. Além da vulnerabilidade dos produtores de gado frente aos preços do mercado, a pecuária familiar é confrontada com várias ameaças ligadas ao contexto econômico global. As imensas áreas de pastagens nativas atraem o agronegócio que compete com a pecuária familiar. Já, a Ilha de Marajó na região amazônica, responde por mais de 38% dos búfalos existentes no Brasil e, a pecuária familiar também se vê prejudicada pelo avanço da soja e do desmatamento. Observam-se a baixa renda e a desvalorização da atividade agrícola como fatores de expulsão dos jovens. Além disso, o gênero parece estar relacionado às possibilidades de obter posições de poder na família, o que pode explicar a maior migração das jovens mulheres do meio rural. A pesquisa busca analisar as motivações dos jovens rurais para migrar ou permanecer no campo e na pecuária; e seu papel no desenvolvimento rural.