No âmbito das atividades de pesquisa os membros do projeto de investigação Atlas (Atlântico Sensível – memória e mediação de práticas e instrumentos musicais em circulação entre comunidades interligadas) lançaram à fábrica de cordofones Artimúsica, em Braga, o desafio de desenvolver e melhorar algumas características das violas portuguesas. Este desafio foi imaginado pelo professor e instrumentista Ivan Vilela, inspirado na sua própria experiência no Brasil, em colaboração com um luthier local que operou alterações funcionais na viola caipira local com resultados muito interessantes. Em Portugal, por analogia àquele processo, foi construída pelas mãos dos artesãos da Artimúsica uma nova viola braguesa com algumas transformações. Carinhosamente, a este instrumento foi dado o nome de “braguesa caipirada”, significando a mistura de características de ambas as violas. Uma vez construída a nova viola braguesa iniciou uma viagem de mão em mão, por instrumentistas portugueses seleccionados que a experimentaram e compuseram novas músicas para as suas características sonoras e técnicas. Entretanto a fábrica da Aritmúsica aplicou as mesmas modificações nos protótipos a outras violas portuguesas. A equipa de pesquisa acompanhou e documentou a confecção da nova viola e a sua viagem pelas mãos de alguns músicos.Este documentário, dirigido por Jorge Castro Ribeiro e Ivan Vilela no INET-MD/Universidade de Aveiro e editado por João Valentim e Catarina Marques, mostra todo este processo e lançou inevitavelmente uma reflexão sobre as implicações para a música e os músicos portugueses destas transformações.