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SAÚDE DIGITAL À PORTUGUESA – TESTEMUNHOS, EXPERIÊNCIAS E UTOPIA

A digitalização tem vindo a assumir-se como um imperativo das políticas se saúde um pouco por todo o mundo. Instando à construção e à viabilização de infraestruturas inovadoras para armazenar e trocar grandes quantidades de dados biométricos e clínicos e à reconfiguração de modelos de prestação de cuidados de saúde, através da transformação de interações terapêuticas, o discurso da digitalização da saúde alimenta imaginários sociotécnicos particulares e promove a emergência de uma nova epistemologia cívica global sobre como se deve viver saudavelmente. Em simultâneo, levanta questões éticas importantes, nomeadamente, relacionadas com a segurança dos dados e o direito à privacidade e com a igualdade no acesso aos cuidados de saúde. Em Portugal, a crise da dívida pública de 2011-2014 e o resgate financeiro que se seguiu serviram de gatilho para o investimento na implementação da saúde digital como uma oportunidade para reformar o sistema público de saúde. A tradução local do discurso neoliberal global sobre a digitalização da saúde assumiu a forma daquilo que Aihwa Ong designa por exceção neoliberal. Com base nos resultados preliminares da análise de entrevistas realizadas a figuras-chave envolvidas no processo de implementação da saúde digital em Portugal, propõe-se nesta comunicação divulgar os elementos centrais destacados pelos informantes para imaginar o futuro em que a digitalização dos cuidados de saúde irá transformar as formas tradicionais de tratamento e de prestação de cuidados médicos, os comportamentos de procura de ajuda e os modelos de gestão da saúde.

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