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Micróbios, Mosquitos e Sobrevivência Multiespécie no Rio de Janeiro, Brasil

Um micróbio faz parte dos atuais esforços para lidar com doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: cientistas infectaram o inseto, vetor de vírus como o Zika, a dengue e a chikungunya,com a bactéria Wolbachia, que reduz significativamente sua capacidade de transmissão viral. Esse micróbio, transmitido verticalmente pela fêmea para a sua prole, transforma o mosquito em uma espécie de “aliado” no controle de doenças. O “World Mosquito Program” (WMP), grupo que implementa a estratégia, está liberando esses “mosquitos-Wolbachia” nas ruas e nos becos do Rio de Janeiro.Nesta apresentação, investigo como as solturas acontecem no Rio, uma cidade marcada por uma longa história de conflitos violentos e uma crescente sensação de insegurança por parte de seus habitantes. Analiso aqui como experiências de violência e a insegurança moldaram as maneiras como o projeto estava sendo implementado, explicado e compreendido. Em particular, examino como pesquisadores e técnicos do projeto usavam metáforas que aludiam à vida em uma cidade insegura para tentar convencer os moradores de que tanto os mosquitos quanto as bactérias eram “seguros”. Discuto também como esses pesquisadores e técnicos promoviam tal estratégia como sendo capaz de superar as atuais limitações às políticas de saúde impostas pela violência urbana. Meu trabalho visa contribuir para discussões sobre uma antropologia de micróbios ao investigar como mosquitos e bactérias foram recrutados em novas formas de relações e sociabilidades multiespécies que foram vividas e compreendidas a partir de experiências humanas de violência e insegurança.

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