As peregrinações acompanham a humanidade a muitos séculos. Ao longo dessa trajetória, o ato de peregrinar assumiu diversos contornos e significados. O que antes era observado apenas como um ato de fé, hoje pode ser estudado por diferentes prismas. Nesse sentido, esta pesquisa se desenvolveu na cidade de Romaria – Minas Gerais (Brasil) onde se localiza o Santuário de Nossa Senhora da Abadia com os seus 150 anos de história e celebração.Ancorado tanto na Teoria das Trocas Sociais quanto na Teoria do Desenvolvimento Local, a pesquisa busca compreender as transformações locais proporcionadas ao longo dos anos pela peregrinação ao Santuário. Tal fenômeno modifica no mês de agosto a pacata cidade de pouco mais de 3 mil habitantes, ao receber cerca de 40 mil pessoas por dia ao longo dos dias de festividades e mais de 200 mil fiéis no auge da data santa.Desta forma, como os residentes reagem a tamanha transformação? Qual a percepção dos mesmos em relação a temas como patrimônio, identidade local e aos peregrinos? Como potencializar os benefícios provenientes da peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia enquanto também se buscam minimizar os danos causados à localidade e aos residentes?Metodologicamente, esse estudo de caso utilizou-se de entrevistas, inquéritos aos residentes, diário de campo e relato de vida para responder essas perguntas.Certo é que se faz necessária uma gestão compartilhada entre os diversos atores locais envolvidos na festividade à Nossa Senhora da Abadia.

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