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“Isto não é uma taberna, é um casino!”: o curso de dealers em Portugal

Durante longas décadas, os casinos em Portugal permaneceram universos sociais e laborais hermeticamente fechados. O Estado impôs, desde cedo, o seu isolamento social, procurando, igualmente, restringir o acesso dos jogadores aos seus espaços. Esta selectividade e exclusivismo foram, prontamente, apropriados pelos trabalhadores do sector, ou seja, eles não hesitaram em mobilizar práticas de “oclusão social” que visavam restringir o acesso à categoria profissional de pagador de banca (dealer/croupier), preservar a raridade do seu título e impedir a vulgarização das suas competências profissionais. Esta comunicação, baseada numa investigação etnográfica, procura analisar as dinâmicas de constituição do “habitus” profissional dos pagadores de banca de casino, nomeadamente, pretende examinar os métodos de inculcação, incorporação e apropriação da técnica e atitude "correctas" que produzem, por sua vez, um "correcto" trabalho estético e emocional nas bancas de jogo. A comunicação procura demonstrar, igualmente, como essa inculcação, incorporação e apropriação representam, simultaneamente, um ajustamento, ou correspondência, a todo um universo material e simbólico, isto é, a todo um saber ser e saber estar.

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