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Mutatio. Duplicidades da epistemologia cívica global sobre a COVID-19

A emergência da pandemia da COVID-19 provocou impactos nas sociedades de todo o planeta. A tecnociência mostrou a sua incapacidade para interromper a ontologia feroz do coronavírus SARS-CoV-2. A humanidade sentiu o terror do abalo das suas seguranças. Os governos depararam-se com a inevitabilidade de reagirem à incapacidade da tecnociência. A política sobre a vida misturou-se com a política sobre o vivo. O tempo tornou-se radical. Alguns governos declararam o estado de emergência. O grosso da atividade económica, em especial no sector dos serviços, foi suspenso ou sofreu alterações radicais. No quotidiano, os comportamentos de rotina e os comportamentos cíclicos subjugaram-se aos comportamentos de crise. O distanciamento social e o confinamento tornaram estranhas as relações sociais e familiares. Nos meios de comunicação social, nas redes sociais, nas conversas, nas comunicações entre os centros de decisão e as populações, a “palavra” COVID tornou-se omnipresente. Surgiu a primeira epistemologia cívica verdadeiramente global. Na produção do “novo normal”, emergiram novas dicotomias, entre utopia e distopia, entre apocalipse e renascimento, entre acaso e conspiração, entre desespero e esperança, entre os comuns e o egoísmo, entre prática e revelação, etc… Esta comunicação propõe apresentar o aspeto bífido da epistemologia cívica global sobre o COVID-19, selecionando aspetos mais ou menos visíveis das dicotomias que a constituem, e pretende abrir a discussão em direção ao imenso et cetera que escapa a essa epistemologia.

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