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CONFLITOS NA MINERAÇÃO BRASIL/PORTUGAL: identidades tradicionais em destaque

  O objetivo deste trabalho é problematizar quem são os sujeitos envolvidos na luta contra a atual forma de exploração dos minérios, no Brasil e em Portugal, notadamente os sujeitos da classe trabalhadora cujo ideário político engloba a dimensão ecológica da mineração. A exploração de minérios constitui as formas humanas de produção dos meios de vida. Entretanto, na era moderna e no período da industrialização toma novos contornos e se transmuta em mercadoria essencial ao processo de produção capitalista. Há antagonismos próprios das relações de produção capitalistas. Nas últimas décadas deram-se grandes transformações na estruturação das classes sociais, que hoje encontram-se multifacetadas. Também é próprio deste período que novas grandes questões preocupem os diversos grupos sociais. É o caso do movimento ambientalista, que levanta mundialmente a “questão ambiental” como problemática para toda a humanidade. Como parte dessa categorização mais recente aparece o conceito de “conflitos socioambientais”. O estudo desse fenômeno, assumido pelas redes de pesquisadores, movimentos sociais, organizações não governamentais, delimitam a natureza, desenvolvimento, constituição dos sujeitos envolvidos nas disputas e suas formas de luta. Tratando-se de uma aproximação teórica, aponta-se como resultado a tendência de que os grupos mais diretamente envolvidos nos conflitos socioambientais anti-mineração, no Brasil são as chamadas “comunidades tradicionais”: quilombolas, ribeirinhos, pequenos produtos rurais, indígenas; no caso de Portugal a literatura identifica também novos atores coletivos, de caráter eminentemente local, como associações ambientalistas locais, associações de moradores, antigos mineiros. A luta pelo território, pela terra, é o aspecto comum que articula as identidades ecológicas desses distintos grupos.