Localizada na região da Praça Tiradentes, no centro da cidade do Rio de Janeiro, a Imperatriz Leopoldina é uma pequena rua que durante o dia poderia ser descrita como mais uma rua do centro histórico do Rio. No entanto, nos últimos cinco anos, a Rua Imperatriz Leopoldina passou a ser popularmente conhecida como Beco das Artes. É no Beco das Artes que se encontra o Bar do Nanam, típico bar “pé sujo” carioca que passou a promover de forma independente, mas unindo artistas e donos de pequenos comércios locais, eventos artísticos noturnos na rua. O bar e o beco tornaram-se bastante conhecidos e frequentados por grupos jovens que para lá seguem à noite a fim de escutar música, beber, conversar e se divertir, trazendo movimento e modificando a ocupação daquele território. Com base em um trabalho de campo etnográfico, a pesquisa realizada buscou compreender como se relacionam os grupos sociais, notadamente formados por jovens, nesse pequeno espaço urbano localizado nos arredores da Praça Tiradentes, região cuja história alterna períodos de efervescência social, de decadência econômica e de renascimento cultural. A partir do aporte conceitual de Vivant (2012) e Magnani (2005, 2014), a pesquisa revelou as diferentes formas de apropriação e de utilização desse espaço público, as múltiplas relações sociais que ali são tecidas e as forças de articulação que estão presentes em um contexto de gentrificação do Beco das Artes.