Video

Em torno da criação de um Parque Natural: representações e significados para a comunidade

No final dos anos de 1970, em Portugal, a criação e implementação do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) (1976) e do Parque Natural de Montesinho (PNM) (1979) efectuou-se com o recurso a equipas multi-disciplinares. Na vertente das Ciências Sociais, sociólogos e assistentes sociais estavam na linha da frente. O estudo do papel desempenhado por estes profissionais, além de possibilitar o acesso a traços da identidade destes campos profissionais, permitiu, ainda, conhecer aspectos centrais das representações e significados que o arquétipo de Parque Natural imprimiu nesses territórios e nessas populações. Esta comunicação incide maioritariamente no processo e estratégia metodológica adoptados. O desenho metodológico em questão encaixou no âmbito da etnografia na sua roupagem mais contemporânea do “new mobilities paradigm” (Sheller and Urry 2006). O trabalho de campo decorreu ao longo de cinco meses, sendo que uma semana, ininterrupta, efectivou-se no PNSE. Durante esse período foi possível efectuar entrevistas semi-estruturadas aos intervenientes que ainda residem naquela zona e a outros que ainda trabalham na sede do PNSE, em Manteigas. Por via de conversas informais, com alguns dos actores sociais também acedi a discursos que representam e formam os significados atribuídos a um Parque Natural – algumas exposições corroboravam o que havia sido dito e outras que traziam a lume novas questões. Da análise às representações e às molduras de significados ligadas a este modelo de protecção da natureza percebe-se a existência de várias interpretações, conforme os distintos interesses, do que é e/ou deve ser um Parque Natural.

Leer texto completo