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Eu sou Filinagreiro - percepções, narrativas e estratégias de um património em esquecimento

Gondomar é reconhecido como “Capital da Ourivesaria”. Terra de ourives/joalheiros, a Filigrana é saber antigo e tem ocupado lugar de destaque entre as criações locais. Quase exclusivamente artesanal, é concebida, maioritariamente, em oficinas de cariz familiar, cujo saber tem sido transmitido geracionalmente. A Câmara Municipal criou a marca “Gondomar é d’Ouro” e desenvolveu acções de natureza colectiva, entre as quais a "Rota da Filigrana", para promoção/divulgação da sua produção e do seu território. Este projecto envolve parceiros, de produtores (artesãos, ourives e indústrias) e entidades (CINDOR, ANJE, AICEP e AORP), é financiado por fundos comunitários.A nossa participação e contacto com os seus produtores e promotores, através de entrevistas presenciais, permitiu-nos conhecer essa realidade e perceber as diferentes percepções desta actividade (criação de emprego, inovação, empreendedorismo, estratégias de promoção da marca e concelho, nacional e internacionalmente).  Perscrutámos sentimentos relativos à arte até há pouco tempo esquecida e extinção, entretanto recuperada pela marca, cujos intervenientes nos falaram sobre a Filigrana, sobre sua arte e sobre futuros possíveis. Construção de identidades, consciencialização de valor, urgência de preservação, sentimento de pertença, tematização do território, permitem-nos entender esforço de patrimonialização: marca distintiva geográfica de qualidade e identidades simbólicas; narrativas históricas, remetendo para memórias comuns e partilhadas; contributo (destinos e mais-valias) para turismo; Ambição de reconhecimento/prestígio através de candidatura a património mundial; Pudemos ainda perceber tensões: industrialização vs autenticidade artesanal; falta mão-de-obra (problema geracional/remuneratório); conversão num produto banal para consumo turístico; sobrevivência da fileira.