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Corpos femininos na luta por igualdade de gênero e pelo direito à cidade: a experiência da Casa de Referência da Mulher Tina Martins em Belo Horizonte/MG-Brasil.

O artigo pretende analisar a experiência da Casa de Referência da Mulher Tina Martins, na cidade de Belo Horizonte/MG-Brasil, como fruto de um movimento social de luta pela igualdade de gênero, unindo a causa feminista com as reivindicações pelo direito à cidade. Tendo sido, originalmente, a primeira ocupação urbana da América Latina composta exclusivamente por mulheres, o movimento resistiu às ameaças de despejo, lutou e conquistou um espaço em área nobre da cidade para o acolhimento de mulheres vítimas de violência. Dado que as características da sociedade patriarcal – baseadas em hierarquia, poder e controle – transbordam pela esfera pública, não se restringindo aos espaços domésticos, a violência sofrida por mulheres pode ser identificada na própria espacialidade urbana. Assim, partindo do pressuposto de que a luta pela igualdade de gênero deve também englobar as discussões sobre o espaço urbano, será traçada uma compreensão do conceito de direito à cidade, na perspectiva de gênero, que fundamentará as análises do movimento social. As mudanças nas relações de opressão, que privilegiam decisões masculinas em detrimento das femininas, não ocorrem facilmente e devem ser conquistadas pelas lutas por uma sociedade mais igualitária (Butler, 2018). Nesse sentido, ao considerar o direito à cidade um conceito vazio, cujo conteúdo deve ser preenchido através de disputas é fundamental efetivar práticas que subvertam a lógica espacial hegemônica: visibilizando os corpos femininos no espaço urbano, explicitando problemas de gênero, abrindo possibilidades para relações/cidades transformadas. A Casa de Referência da Mulher Tina Martins – por sua história, práticas e ações – exemplifica esse contexto.

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