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Trânsitos e contaminações entre academia, terrenos de pesquisa e esfera pública

Nem toda a antropologia se torna pública, no sentido em que o conhecimento produzido por antropólogas(os) circula e é discutido ou apropriado fora dos círculos académicos. Na história da disciplina há exemplos de como esse movimento pode trazer consequências positivas ou nefastas (cf. Borofsky, 2019). No momento presente as discussões sobre as ações e estratégias que podemos levar a cabo para comunicar e partilhar o conhecimento que produzimos com setores mais amplos da sociedade, e com os próprios sujeitos, grupos ou comunidades estudadas ganhou uma relevância acrescida. A exigência de que as pesquisas e as instituições científicas financiadas com dinheiros públicos desenvolvam estratégias de comunicação de ciência para públicos alargados bem como os novos conceitos de “ciência cidadã” e “ciência participada” (https://www.citizenscience.org/) levam a que muitas e muitos de nós se envolvam em novas formas de realizar pesquisa e de comunicar resultados. A atual situação de pandemia tornou estas atividades ainda mais prementes. Assistimos a uma proliferação de blogues e plataformas e a formas colaborativas de realizar pesquisa à distância. Partindo da minha experiência recente (o envolvimento num blogue do CRIA – Confinarias. Etnografias em tempos de pandemia), mas também recorrendo a outras atividades realizadas antes (coordenação do Canal Antropologia do CRIA e do Podcast EntreCampos; realização de documentários colaborativos) procuro nesta comunicação refletir criticamente sobre esses trânsitos e contaminações entre academia e esfera pública.